Qual o discurso privilegiado nos jardins botânicos? Tensões e aproximações entre linguagem científica e linguagem leiga

Autores

  • Lilian Mariela Suescun
  • Silvilene Morais
  • Maria Amelia Reis
  • Tereza Cristina Scheiner

Resumo

Este trabalho apresenta o processo de reflexão realizado pelas autoras no decorrer da disciplina “Patrimônio, Museologia, Educação e Interpretação”, do Curso de Mestrado em Museologia e Patrimônio, Programa de Pós-graduação em Museologia e Patrimônio da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO / Museu de Astronomia e Ciências Afins - MAST. A essas reflexões foram agregadas as experiências vivenciadas, seja em sala de aula, com os alunos do Programa de Educação de Jovens e Adultos (PEJA) da rede municipal do Rio de Janeiro, seja na pesquisa-dissertação Design da Experiência nos Jardins Botânicos - desenvolvida no Mestrado em Museologia e Patrimônio. Inicialmente, apresenta-se o conflito dos jardins botânicos para comunicar seus conteúdos através do acervo e da expografia, especialmente com uma organização espacial das coleções que privilegia a linguagem cientifica sobre o saber leigo. Usa-se como estudo de caso o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, apresentando brevemente dispositivos expográficos onde é possível identificar o conflito comunicativo. No intuito de melhorar a comunicação dos jardins e outros centros de divulgação da ciência com o público, apontam-se caminhos e alternativas baseadas em Paulo Freire, ressaltando alguns princípios relevantes encontrados nas reflexões do autor sobre a educação popular e sobre o processo ensino-aprendizagem nos alunos adultos. Esses princípios fundamentam as idéias apresentadas, sugerindo melhor utilização do acervo do Jardim Botânico, com fins educacionais. As considerações finais incluem a proposta de um dialogo entre os saberes, entre a linguagem cientifica e a linguagem leiga traduzida nas exposições - diálogo este que torne possível uma aproximação efetiva e eficaz entre a comunicação e a educação, tanto em museus como em outros espaços de divulgação da ciência, possibilitando a realização de projetos expográficos que sejam plenamente educativos. O objetivo é propor uma boa adequação das soluções museográficas à linguagem dita 'leiga', através do uso de ferramentas educativas, fortalecendo o papel do museu como espaço de trocas, instancia que possibilita ao aluno vivenciar a experiência do “empoderamento”.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

2012-08-22

Como Citar

Suescun, L. M., Morais, S., Reis, M. A., & Scheiner, T. C. (2012). Qual o discurso privilegiado nos jardins botânicos? Tensões e aproximações entre linguagem científica e linguagem leiga. Museologia E Patrimônio, 5(1), 03–27. Recuperado de http://novarevista.mast.br/index.php/ppgpmus/article/view/215

Edição

Seção

Artigos/Articles