A campanha nacional de museus regionais:
um ornitorrinco da modernização conservadora
DOI:
https://doi.org/10.52192/1984-3917.2024v17n2p189-225Resumo
A Campanha Nacional de Museus regionais foi uma ação empreendida por três artífices que contando com o apoio técnico do Museu de Arte de São Paulo, e o envolvimento de grupos políticos e econômicos locais, pretendeu a partir de São Paulo, estimular na década de 1960, a abertura de museus regionais em distintos estados do país. Partindo da articulação do capital cultural, social e económico. Deste modo, este texto busca analisar e refletir a partir do método dialético, entre o internacional, nacional e o regional, os mecanismos e processos que em maior ou menor medida estimulou a competição e a mobilização dos grupos dominantes das distintas esferas interessados no prestígio e no poder do capital simbólico, assim como na ideia de desenvolvimento artístico, urbano-industrial, em contexto de ditadura militar e Guerra Fria. A abertura ao diálogo e a negociação com as distintas realidades locais, conferiu a Campanha Nacional de Museus Regionais traços e funcionalidades semelhantes ao ornitorrinco, que nada tem haver com o processo de evolução e transformação, mas sim, com a atenção as necessidades e peculiaridades de cada região, em um projeto de circulação da arte moderna no país, estimulada e pretensamente mediada para o cenário internacional por São Paulo, em um novo projeto de modernização conservadora, a partir da reconfiguração da centralização cultural exercida pelo grupo paulista que por meio de um suposto projeto ressignificado de modernização do país, tinha por intenção a sua própria inserção no circuito internacional das artes, utilizando como ferramenta os regionais, diante a busca de dinamização, circulação e incentivo da produção artística local a partir dos códigos modernos estabelecidos e aceitos.
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