Circulação e divulgação do conhecimento científico: a Revista Nacional de Educação do Museu Nacional

Resumo

Os anos 1930 foram significativos para a educação brasileira, marcados pela continuidade de reformas da Instrução Pública, disseminação dos ideais da Escola Nova, Conferências Nacionais de Educação e a publicação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. O presente artigo, situado no campo da história social da ciência, analisa a relação entre a circulação do conhecimento científico, educação popular e o uso de imagens na Revista Nacional de Educação (RNE). Ela foi criada em 1932 e descrita por seu idealizador, Edgard Roquette-Pinto, como “o primeiro gesto educativo rigorosamente popular praticado pela República”. Está posto pela historiografia que vários meios de comunicação foram utilizados em prol da divulgação da ciência, como conferências, textos, revistas, exposições, filmes e programas de rádio, contudo, nosso olhar se voltou para a Revista Nacional de Educação e a estratégia para torná-la um elemento de construção da identidade nacional e de popularização do conhecimento. Foram lidos todos os vinte e um números da revista, depositados na Biblioteca Central do Museu Nacional; os artigos foram agrupados por assunto, observando-se a continuidade em novos números, os que faziam parte de uma seção da revista ou escritos pelo mesmo autor, e cruzados com outras fontes, tais como decretos, relatórios e outros documentos do Museu Nacional. Concluiu-se que o periódico foi um elemento importante de articulação entre intelectuais e sociedade, entretanto, não deve ser pensado isoladamente, mas articulado a outros canais de divulgação científica, tais como os programas de rádio e o cinema.